Ovinocultores da Amurel ganharão abatedouro
Grande parte dos criadores de ovelhas e cabritos da região se reuniu hoje (29) em Braço do Norte para debater as perspectivas da ovinocultura e caprinocultura em Santa Catarina. A boa notícia para o setor foi dada pelo gerente de Agricultura da SDR de Braço do Norte Gervásio Loffi que garantiu que o governo do Estado assegurou o repasse de aproximadamente R$ 70 mil a fundo perdido para a construção de um abatedouro, que atenderá a todos os criadores interessados. A Amurel não possui abatedouro de ovinos e caprinos, conseqüentemente, nada do que é produzido na região é inspecionado pelas autoridades sanitárias, nem pode ser vendido no comércio formal. “Hoje, o gargalo do produtor é o abate inspecionado. Temos mercado sobrando. Nem que toda a nossa produção fosse certificada, ainda assim não conseguiríamos abastecer nosso mercado interno”, disse Gervásio. O veterinário Lúcio Teixeira de Souza, especialista em veterinária homeopática foi além. “Nossa demanda é tão grande que nossa produção estadual não daria conta para abastecer de carne nem os eventos onde são servidos alimentos à base de carne ovina”, garantiu.Lúcio proferiu a palestra sobre as perspectivas do setor, substituindo outro expert no assunto, o veterinário Volnei Ávila, de Lages, tido como o maior conhecedor do setor ovino em Santa Catarina, que teve problemas familiares e não pode comparecer. Lúcio defendeu a tese de que os produtores precisam mudar o foco da produção de ovinos e criar preferencialmente cordeiro (filhote de até cinco meses) para o abate. “O valor agregado do cordeiro é muito grande. É um produto extremamente bem aceito em todo o país e que Santa Catarina ainda não despertou para isso. Quase tudo que consumimos de cordeiro vem do Rio Grande do Sul, Paraná ou Uruguai”, garantiu o veterinário.A Prefeitura de Braço do Norte, uma das apoiadoras do evento esteve representada pelo vice-prefeito Valberto Michels, pelo diretor da Secretaria de Agricultura, Diogo Becker e pelos secretários de Desenvolvimento Econômico, Murilo Bitencourt, e de Obras, Edésio Oenning. Edésio, apesar de atualmente estar servindo a outro setor da administração pública, é pioneiro na implantação de novas tecnologias e técnicas no setor agropecuário, inclusive na ovinocultura. “Estou muito otimista com o que vi hoje (no evento). Penso que temos tudo às nossas mãos. Temos alimentação, clima, genética. Precisamos nos unir mais, nos organizarmos para ficarmos mais fortes. Trabalharmos juntos”, disse.Sobre união da classe, Evaristo Feuser, presidente do Núcleo de Criadores de Ovinos e Caprinos da Amurel fez um apelo: “De que adianta cada um caminhar sozinho. Além de produto de qualidade, o mercado comprador quer garantia de abastecimento. Juntos teremos condições de garantir isso e barganhar preço. Não só para carne, mas para lã, pelego ou outros produtos derivados”.Vários secretários municipais de agricultura da região reuniram-se após o encontro para começar a definir o regulamento que vai disciplinar o uso do futuro abatedouro, que ainda não tem local definido para ser construído.Após o evento foi servido um almoço à base de carne de cordeiro aos cerca de 50 participantes. Obs: O telefone de contato com presidente do Núcleo de Criadores de Ovinos e Caprinos da Amurel, Evaristo Feuser é 8828-3503